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VASCO FERNANDES COUTINHO
Nasceu em 1488. Aos 20 anos, em 1508, já servia à
Coroa Portuguesa, seguindo para a Índia. Em 1511,
com 23 anos, é consagrado herói na batalha
que conquistou o Porto de Málaca (Singapura), e como
prêmio foi nomeado Governador de Ormuz, no Golfo Pérsico,
aos 26 anos, cargo exercido até 1524, quando lutou
ao lado de Duarte Coelho na China; em 1527 combatia os muçulmanos
no Marrocos; aos 40 anos, em 1528, retorna a Portugal, onde
é recebido como herói, e premiado com uma
pensão de 30 mil reais. Estabelecido em Portugal
com bom patrimônio, honras e glórias, em 1-6-1534,
recebe de D. João III a Carta de Doação
da Capitania do Espírito Santo, com 50 léguas
de litoral e outras tantas de fundo, até o limite
do Tratado de Tordesilhas, (em cujo território, além
do atual estado do Espírito Santo, estava incluída
grande parte de Minas Gerais e Goiás). Aplica todos
os seus bens na compra da caravela Grorya, equipagem e tudo
mais para desenvolver sua capitania, seu “Vilão
Farto” ou “capixaba” na língua
indígena local; mais tarde se arrependeria, pois
“o que ganhara em léguas teria que ser conquistado
a polegadas”, enfrentando a hostilidade dos índios,
franceses, holandeses e ingleses, e tendo de governar os
degredados que a Coroa Portuguesa o obrigou a trazer.
Enfim, ancorou a caravela Grorya na sua Capitania, no dia
23-5-1535, domingo de Pentecostes, razão pela qual
chamou sua terra de Espírito Santo, onde construiu
Vila Velha, Vitória, etc. Em 1553, recebe o Padre
Anchieta, grande amigo de sua família, conforme carta
jesuítica de 1-12-1592, que abençoa toda a
família: “haja paz, saúde e amizade
entre todos e principalmente com Deus, e isto basta; vale
ínterim et ora pro me cum tota família”.
Em 1555, socorre com 4 navios seus amigos Cacique Araribóia
e Gato Grande (Maracayassu), que eram perseguidos pelos
Tamoios, levando toda a tribo Temiminó do Rio de
Janeiro para o Espírito Santo. Graças a este
feito, em 1563/65, Araribóia e Belchior Azeredo prestaram
ajuda decisiva a Estácio de Sá na conquista
do Rio de Janeiro, derrotando os franceses e tamoios.
Diversas vezes volta a Portugal procurando recursos para
explorar o ouro do sertão (Minas). Nessas ausências,
sem sua liderança e justiça, os índios
goytacazes se revoltam, e destroem quase tudo. No seu retorno,
porém, tudo foi reconstruído. Era amigo dos
índios, e com eles adquire o vício de fumar,
motivando perseguição do bispado. Morreu em
1561, com 73 anos, dos quais dedicou 26 ao Rio de Janeiro,
Espírito Santo e a Minas Gerais, onde também
aplicou toda sua fortuna, financiando diversas expedições
aos sertões mineiros, orientado pelas informações
dos seus amigos índios Puris, inclusive seu filho Vasco
Fernandes Coutinho explorou pessoalmente o rio Manhuaçu
em 1570. Ofereceu permanente ajuda a Estácio de Sá
na conquista do Rio de Janeiro contra os franceses e tamoios,
ofertando alimentos, navios e voluntários como os índios
liderados por Araribóia, e soldados chefiados por seu
parente Belchior Azeredo, que foi fundamental na conquista
e colonização do Rio de Janeiro. A Capitania
do Espírito Santo foi transferida para seu filho Vasco
Fernandes Coutinho, continuando com a família por 140
anos.
Foi vendida em 1675 pelo seu herdeiro Antonio Gonçalves
Câmara Coutinho por 40.000 cruzados a Francisco Gil
Araújo. Isso prova que sua capitania não foi
um fracasso, contrariando aqueles historiadores que transformam
este herói vitorioso em um indigente fracassado,
baseando-se todos em vã informação
de Gabriel Soares de Souza em "Tratado descritivo do
Brasil em 1587". Casou-se em Portugal com Maria do
Campo, filha de André do Campo e Maria Azevedo, que
não veio para o Brasil; teve segundo casamento com
Ana Vaz Almada, com quem teve os filhos Jorge Melo, Martin
Afonso Melo, Guiomar Melo e Maria de Melo Coutinho. Foi
o nono avô do Chico Boticário.
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